>> buscando melhorias - I
Os técnicos do Senado não dão conta da demanda...
x Os técnicos da Prodasen, a empresa de informática do Senado Federal, recebem 4.500 pedidos de manutenção de sistemas por mês, e a demanda cresce. Toda vez que o Senado muda uma regra do orçamento ou a cada nova CPI, eles têm de mexer em sistemas; e logo terão de construir sistemas para controlar as obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas. É muita coisa para 50 desenvolvedores.
x Ainda por cima, dos 240 funcionários da Prodasen, 57 devem se aposentar este ano. A maioria trabalha na Prodasen há anos e está na faixa dos 52 anos de idade. Com técnicos mais velhos, diz Carlos Magno Cataldi Santoro, analista consultor do Senado, “a capacidade de produção com ferramental novo cai muito”.
x No ano passado, Magno colocou alguns técnicos em cursos de Java — e alguns se saíram bem. Mas ele tem lido estudos sobre treinamento: leva dois anos para formar um bom programador Java, e só 30% de uma classe chega lá. “Não é algo promissor, ainda mais para caras com 50 anos.” A crise econômica prejudicou os treinamentos, porque a maioria dos cursos acontece em São Paulo e no Rio de Janeiro, e as viagens estão canceladas.
x Para construir sistemas mais modernos para o Senado, Magno então pensou em contratar uma fábrica de software, mas desistiu por causa dos escândalos no Senado — muita gente interpretaria mal um gasto desses, não essencial, numa época de tantas denúncias.
>> buscando melhorias - II
... decidem usar robôs que geram códigos sozinhos...
x Hoje em dia, os técnicos da Prodasen compram pronto tudo o que podem; foi assim com o sistema de recursos humanos e com o de contratos administrativos. Mas nem sempre foi assim, e por isso eles mantêm sozinhos quase todos os outros sistemas (120 ao todo, que rodam na própria Prodasen).
x Para ajudar, Magno pensou em usar sistemas-robôs, que geram código Java sozinhos: os técnicos do Prodasen fariam a modelagem do sistema e o robô geraria o código. “A grande vantagem é usar gente que não consegue se atualizar.” Eles já construíram um aplicativo piloto usando um robô desses — e funcionou, diz Magno.
x No entanto, treinar técnicos mais velhos em Java e usar geradores automáticos de código só resolvem parte do problema. O verdadeiro problema é outro — a equipe de TI deveria ter um cronograma de produção, harmonizado com as necessidades estratégicas do Senado. Em outras palavras, os usuários precisam se organizar e ajudar. Como o Senado muda de presidente a cada dois anos, a TI sofre com a descontinuidade da estratégia. “Nós somos o reflexo dos usuários. Se eles não se dispõem a planejar conosco, a TI não consegue ir à frente.”
>> buscando melhorias - III
... e preparam um planejamento estratégico de TI.
x No final de 2009, Magno decidiu escrever um plano para mostrar à alta direção as demandas de TI. Desde então, os técnicos levantam as necessidades do Senado setor por setor. Depois, vão definir até que ponto cada setor precisa de sistema, e tem força para levar o projeto adiante. Eles já terminaram o plano da secretaria geral e trabalham o plano da secretaria de comunicação social. Quando acabarem, vão rever o plano anual da TI.
x Com o plano anual, Magno espera que o colegiado perceba como a TI está sobrecarregada, desfalcada e desatualizada, e que, portanto, eles precisam ajudar a reestruturar a área de TI, a priorizar os projetos.
x Já existe um projeto para reestruturar o Senado Federal e também a área de TI: ela sairia de debaixo da diretoria geral, e ficaria diretamente ligada à mesa diretora, com participação no conselho de administração. O projeto já foi lido em plenário e na comissão de constituição e justiça.
x Por um lado, diz Magno, a reestruturação é ruim, pois a TI terá de pedir a autorização da mesa diretora sempre que fizer algo novo, ou seja, terá de competir com todo o resto do Senado, pois todo mundo tem de passar pela mesa diretora. Por outro lado, a reestruturação é boa, pois só as áreas mais importantes do Senado estão ligadas diretamente à mesa diretora. “Se a gente conseguir que o Senado faça um planejamento bem-feito, pode ser bom.”
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