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A Ericsson quer levar banda larga para a população pobre
##Fatima Raimondi assumiu a presidência da Ericsson Brasil em setembro de 2008. Naquela época, a Ericsson já tinha assinado contrato com quatro grandes operadoras móveis e os técnicos montavam, ao mesmo tempo, as redes de banda larga celular (3G) da Brasil Telecom, da Claro, da Vivo e da TIM.
##"Na minha memória", diz Fatima, "2008 será o ano em que a América Latina e o Brasil começaram a investir em banda larga móvel." A Ericsson instalou no Brasil 8 mil estações de rádio em 2008 — e por vender bastante, a receita líquida da Ericsson aumentou 38,83%, segundo números do Anuário Telecom 2009. "O quarto trimestre foi o melhor que já tivemos."
##Em janeiro de 2009, as vendas ainda continuavam bem porque as operadoras terminavam os projetos.
##No primeiro trimestre de 2009, apesar da crise econômica, Fatima começou a fabricar no Brasil módulos eletrônicos usados em estações de rádio 2G e 3G, e em equipamentos de transmissão e de núcleo da rede. "A gente sabia que era um investimento de longo prazo."
##No entanto, no final do trimestre, as operadoras pararam de comprar. "Estava todo mundo falando de crise." Pouco tempo depois, as operadoras reviram contratos e projetos. "A gente discutia com elas novas formas de prestar o serviço." Se antes elas compravam um equipamento A, a equipe da Ericsson sugeria fazer a mesma coisa com o equipamento B, mais em conta. A equipe da Ericsson também conseguiu aumentar a venda de serviços, como de manutenção de rede, suporte e ferramentas para otimizar a infraestrutura.
##Antes da crise, a Ericsson já tinha perdido uma grande concorrência para montar a rede 3G da Oi. Por tudo isso, Fatima instalou metade dos projetos que tinha planejado. "Também tivemos de rever contratos com os fornecedores e reduzir custos."
##Em 2009 e em 2010, o foco dela continua na banda larga, principalmente a móvel. A Ericsson vende equipamentos óticos, mas Fatima acredita que a 3G é a forma mais rápida de espalhar banda larga no Brasil.
##Durante 2008, os funcionários da Ericsson fizeram várias pesquisas com a população. Numa delas, entrevistaram 600 pessoas de baixa renda das cidades de Indaiatuba, São Paulo e Recife. Descobriram que elas gastam muito para acessar a Internet em LAN houses e, com o que gastam, poderiam pagar uma conexão de banda larga em casa. Mas elas não têm de quem contratar o serviço de banda larga.
##Agora, os vendedores da Ericsson mostram o resultado da pesquisa para as operadoras, a fim de convencê-las a instalar mais redes, em cidades menores, mais distantes e mais pobres. A nova estratégia da empresa é levar banda larga (ou qualquer outra banda, na verdade) para todo o Brasil. No próximo ano, Fatima traz produtos mais baratos para vender no país.
##Em 2010, aposta Fatima, o Brasil volta a crescer.