>> leitores - I
Depois de vender pela Internet, a Nonus perde grandes clientes...
A Nonus faturava quase 3 mil pedidos por mês depois que passou a vender os leitores de código de barras e de cheques em lojas na Internet, além de fornecê-los para os bancos. As vendas, diz Marcos Canola, diretor comercial, extrapolaram todos os limites. No entanto, ele começou a perder alguns contratos com bancos, porque os prazos da Nonus para entregar pedidos grandes chegavam a 90 dias.
Por isso, Marcos e seus dois sócios investiram R$ 1,6 milhão para comprar uma nova sede para a Nonus e trocar os móveis e máquinas. Os funcionários começaram a trabalhar na nova sede em junho de 2008. "Foi uma confusão atender os clientes", diz Marcos, "porque ficamos 20 dias sem telefone e Internet."
Marcos também contratou 39 pessoas para trabalhar na fábrica e nas áreas administrativas e de vendas. Com nova estrutura, a Nonus seria capaz de produzir até 200 mil leitores por ano e entregar grandes pedidos em, no máximo, 28 dias.
Quando a empresa voltava a sua rotina de trabalho, Marcos começou a ler as notícias sobre a crise econômica e não sabia se os pedidos compensariam os investimentos feitos na empresa. Por isso, no início de outubro, ele decidiu investir num projeto para tornar a Nonus mais eficiente: trocar o sistema de gestão (ERP).
Marcos conversou com os técnicos de seis universidades para tentar uma parceria — assim ele pagaria mais barato por um ERP moldado aos processos da Nonus. "Apesar de já usarmos um ERP, alguns processos ainda eram manuais."
No final de outubro, ele contratou os técnicos da Universidade Estadual do Ceará; a Uece cobrou R$ 260 mil pelo projeto.
>> leitores - II
... contrata a Universidade Estadual do Ceará para desenvolver um novo ERP...
Os técnicos visitaram a Nonus em São Paulo, avaliaram os processos de negócio e recomendaram que a Nonus revisasse todos eles antes de iniciar o projeto. O sistema de ERP, por exemplo, não registrava automaticamente os pedidos das lojas na Internet. Por causa disso, dois funcionários da Nonus acessavam o site das lojas, imprimiam os pedidos e digitavam os dados no ERP, para só depois faturar os pedidos.
Marcos queria que os técnicos transferissem as mesmas funções do ERP para um sistema mais moderno. "Mas eles nos mostraram que reformar o que já existia não traria nenhum benefício para a empresa."
Em novembro de 2008, os técnicos da Uece revisaram os processos e começaram a desenvolver o novo ERP da Nonus. Conforme os módulos ficam prontos, eles os homologam com os usuários e os implementam em seguida. Eles terminarão de implementar o ERP em outubro de 2009.
>> leitores - III
... e consegue recuperar os clientes.
No segundo trimestre, diz Marcos, os bancos voltaram a investir: em maio de 2009, a Nonus ganhou uma licitação do Banco do Brasil para fornecer 7 mil leitores. Ele espera que, no segundo semestre, os pedidos aumentem em 30% em relação ao que ele recebeu até junho de 2009.
Marcos e os sócios também desenvolvem novos produtos para lançar ainda em 2009, pois querem se preparar para dois projetos da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) que afetarão diretamente os negócios da Nonus: o débito direto autorizado, que permitirá aos clientes acessar os boletos bancários por meio de sua própria conta; e a truncagem de cheques, na qual os bancos digitalizarão os cheques antes de compensá-los.
Até o final de 2009, Marcos pretende lançar pelo menos três novos produtos. "Não dá para crescer sem investir."