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Os usuários da Energias do Brasil pedem 34 projetos para a TI...
Alexandre Junqueira Franco, superintendente de TI da Energias do Brasil, terminou de implementar um novo sistema comercial nas duas concessionárias de energia elétrica do grupo, em 8 de junho. Com isso, ele encerrou o plano estratégico de TI que começou em 2005, e estava na hora de planejar os próximos quatro anos. Por isso, ele chamou os gestores das áreas de negócio para uma reunião, para discutir em quais projetos de TI a Energias do Brasil deveria investir. "Todo mundo queria um monte de projetos, para serem entregues já no ano que vem."
Foi a primeira vez que Junqueira trouxe os gestores das áreas de negócio para discutir os projetos de TI, desde que foi contratado, em 2005. Na época, as prioridades da Energias do Brasil eram outras: as três concessionárias do grupo (além das empresas de geração e de gestão de energia) usavam sistemas de gestão, comerciais e técnicos diferentes. "Era preciso modernizar a empresa e, para isso, era necessário consolidar os sistemas." Assim, Junqueira implementou o SAP para padronizar os sistemas de gestão das concessionárias; em seguida, unificou os sistemas técnicos; e, no final de 2007, começou a padronizar os sistemas comerciais — o que terminou em 2009. "A gente gastou um ano só testando o sistema."
No final da reunião com os usuários, Junqueira tinha uma lista de 34 projetos das áreas de negócio e mais 22 projetos da própria TI. "Era muito difícil fazer tudo em paralelo." De imediato, ele separou os projetos que precisava realizar logo para cumprir determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — como a resolução 456, que altera as normas de relacionamento com os clientes e, por isso, resulta em alterações no sistema comercial; e a resolução 815, que estabelece novas regras para gerenciar os ativos da rede elétrica e resulta em mudanças no sistema de gestão de ativos e de informações georreferenciadas (GIS).
Além desses projetos, os usuários ainda demandavam muitos outros, que Junqueira não conseguiria entregar de uma vez. E como a Energias do Brasil já definiu o quanto vai gastar com TI nos próximos quatro anos, ele precisaria de mais dinheiro para implementar todos os projetos.
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... e o CIO os obriga a calcular o retorno do investimento de cada um.
Normalmente, a equipe de TI calcula o retorno do investimento (ROI) de cada projeto para justificar o orçamento para a diretoria. Mas, como Junqueira duvida que alguns dos projetos são, de fato, importantes, ele decidiu que os próprios usuários deveriam calcular o ROI dessa vez. "É o negócio que precisa transformar os benefícios do projeto em dinheiro, para provar em que temos de investir."
Na lista de projetos, por exemplo, há um sistema de GIS que os usuários pedem há mais de um ano. "Os usuários têm dificuldade de mostrar que o projeto é viável, por isso ele ainda não saiu da prateleira." Por isso, a partir de junho, Junqueira passou a chamar o gestor de cada área de negócio para demonstrar, em números, se o projeto valia a pena.
Em julho, ele contratou os consultores do Gartner para ensinar os usuários a calcular o ROI dos projetos sozinhos e para instalar o novo processo de priorização de projetos.
Até agora, Junqueira não cortou nenhum dos 56 projetos definido no planejamento estratégico, mas os usuários ainda não calcularam o ROI da maioria deles. "A empresa não vai investir em TI porque é bonito." Os usuários precisam calcular o ROI de todos os projetos até setembro, quando os diretores aprovam no que vão investir até 2012.