quarta-feira, 23 de setembro de 2009

>> qualidade – I
O NIC.br começa a medir as conexões de banda larga no Brasil em outubro...


##Milton Kaoru, diretor de projeto do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), assinou uma parceria com o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade (Inmetro) e com a Anatel para medir a qualidade das conexões de banda larga no Brasil. A cerimônia ocorreu no final de julho. Milton planejava instalar o Sistema de Medição de Tráfego de Última Milha (Simet) no computador de voluntários de diversas cidades; o Simet mandaria as medições para um banco de dados central. Depois, Milton geraria relatórios de qualidade por localidade e por operadora.
##Antes de começar, Milton e o pessoal do Inmetro se reuniram com representantes de associações que representam as operadoras, como a Abrafix, a Abranet e a ABTA. "Eles se preocuparam", diz Milton, "porque às vezes o problema não é na rede, mas na casa do usuário." Talvez o usuário tenha computadores antigos, cabos impróprios, ou talvez abra vários aplicativos ao mesmo tempo. Se o Inmetro não levasse coisas assim em conta, as operadoras reclamariam das medições. "Precisávamos nos antecipar aos questionamentos."
##Já no início de agosto, a equipe de Milton adaptou o Simet para funcionar em qualquer sistema operacional. Além disso, em vez de instalar o Simet no computador dos voluntários, Milton decidiu instalar terminais burros, do tipo thin client, na casa do cliente, e decidiu interligar o terminal ao Simet por meio de uma conexão de banda larga independente, paga pelo NIC.br. Os técnicos também conectaram um GPS ao terminal, para informar a localização do equipamento e o horário de cada registro. "Isso já daria uma precisão maior aos resultados."
##Em oito cidades (Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo), Milton promete instalar 100 terminais, ou seja, uns três terminais para cada uma das operadoras em cada uma das cidades. Ele já comprou os 100 terminais com GPS, por R$ 1 mil cada um, e planeja gastar no máximo R$ 100,00 ao mês por conexão de banda larga de 2 Mbps.

>> qualidade – II

... depois de selecionar voluntários que dispensem assistência técnica.


##Para garantir os resultados, no entanto, Milton ainda precisava contratar técnicos para instalar os terminais e ir na casa de cada voluntário para conferir o cabeamento. "Estamos dispostos a gastar mais para evitar que as operadoras contestem os resultados."
##Os custos do projeto são altos, e Milton discutiu com sua equipe várias vezes como reduzi-los. Numa dessas reuniões, a equipe achou que, em vez de recrutar voluntários comuns, era melhor recrutar técnicos de informática ou de telecom. Os próprios voluntários instalariam os terminais e achariam defeitos, caso alguma coisa não funcionasse.
##No final de agosto, Milton resolveu procurar voluntários em listas de discussão técnicas na Internet e em grupos do próprio NIC.br, como o Grupo de Trabalho de Engenharia e Operação de Redes (GT-ER). Quando os voluntários se candidatam, a equipe de Milton verifica o CEP do endereço, para não ter dois usuários no mesmo bairro, e classifica o voluntário de acordo com o conhecimento técnico. Milton ainda não selecionou nenhum voluntário.
##Para conseguir um número razoável de medições até o final do ano, Milton precisa encontrar os 50 voluntários até o final de setembro, quando os terminais chegam. Depois de medir as conexões, ele precisa de tempo para consolidar os resultados e enviá-los para as operadoras contestarem. Só depois de analisar as respostas das operadoras, o Inmetro divulgará os resultados para o público em geral. O Inmetro tem pressa porque planeja divulgar os resultados ainda este ano, num programa de TV de grande audiência, como o Fantástico, da Rede Globo.
##Se o projeto der certo, em 2010 Milton pretende medir também a qualidade das conexões de banda larga móvel.