quarta-feira, 26 de agosto de 2009

>> utilities - I
Os usuários da Energias do Brasil pedem 34 projetos para a TI...


Alexandre Junqueira Franco, superintendente de TI da Energias do Brasil, terminou de implementar um novo sistema comercial nas duas concessionárias de energia elétrica do grupo, em 8 de junho. Com isso, ele encerrou o plano estratégico de TI que começou em 2005, e estava na hora de planejar os próximos quatro anos. Por isso, ele chamou os gestores das áreas de negócio para uma reunião, para discutir em quais projetos de TI a Energias do Brasil deveria investir. "Todo mundo queria um monte de projetos, para serem entregues já no ano que vem."
Foi a primeira vez que Junqueira trouxe os gestores das áreas de negócio para discutir os projetos de TI, desde que foi contratado, em 2005. Na época, as prioridades da Energias do Brasil eram outras: as três concessionárias do grupo (além das empresas de geração e de gestão de energia) usavam sistemas de gestão, comerciais e técnicos diferentes. "Era preciso modernizar a empresa e, para isso, era necessário consolidar os sistemas." Assim, Junqueira implementou o SAP para padronizar os sistemas de gestão das concessionárias; em seguida, unificou os sistemas técnicos; e, no final de 2007, começou a padronizar os sistemas comerciais — o que terminou em 2009. "A gente gastou um ano só testando o sistema."
No final da reunião com os usuários, Junqueira tinha uma lista de 34 projetos das áreas de negócio e mais 22 projetos da própria TI. "Era muito difícil fazer tudo em paralelo." De imediato, ele separou os projetos que precisava realizar logo para cumprir determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) — como a resolução 456, que altera as normas de relacionamento com os clientes e, por isso, resulta em alterações no sistema comercial; e a resolução 815, que estabelece novas regras para gerenciar os ativos da rede elétrica e resulta em mudanças no sistema de gestão de ativos e de informações georreferenciadas (GIS).
Além desses projetos, os usuários ainda demandavam muitos outros, que Junqueira não conseguiria entregar de uma vez. E como a Energias do Brasil já definiu o quanto vai gastar com TI nos próximos quatro anos, ele precisaria de mais dinheiro para implementar todos os projetos.

>> utilities - II

... e o CIO os obriga a calcular o retorno do investimento de cada um.


Normalmente, a equipe de TI calcula o retorno do investimento (ROI) de cada projeto para justificar o orçamento para a diretoria. Mas, como Junqueira duvida que alguns dos projetos são, de fato, importantes, ele decidiu que os próprios usuários deveriam calcular o ROI dessa vez. "É o negócio que precisa transformar os benefícios do projeto em dinheiro, para provar em que temos de investir."
Na lista de projetos, por exemplo, há um sistema de GIS que os usuários pedem há mais de um ano. "Os usuários têm dificuldade de mostrar que o projeto é viável, por isso ele ainda não saiu da prateleira." Por isso, a partir de junho, Junqueira passou a chamar o gestor de cada área de negócio para demonstrar, em números, se o projeto valia a pena.
Em julho, ele contratou os consultores do Gartner para ensinar os usuários a calcular o ROI dos projetos sozinhos e para instalar o novo processo de priorização de projetos.
Até agora, Junqueira não cortou nenhum dos 56 projetos definido no planejamento estratégico, mas os usuários ainda não calcularam o ROI da maioria deles. "A empresa não vai investir em TI porque é bonito." Os usuários precisam calcular o ROI de todos os projetos até setembro, quando os diretores aprovam no que vão investir até 2012.
>> frequências - I
A Anatel destina a maior parte da frequência de 2,5 GHz para as operadoras móveis...

Há algum tempo, Marcos de Souza Oliveira, gerente de engenharia da Anatel, analisa como a faixa de frequência de 2,5 GHz está sendo usada, para que a Anatel possa tomar uma decisão. Hoje, só as empresas que transmitem canais de TV por assinatura via rádio têm licença para usar essa faixa, mas as operadoras móveis pressionam a Anatel para liberá-la, assim elas poderiam instalar a Long Term Evolution (LTE) — a quarta geração da telefonia celular. "A gente precisa tomar as decisões logo", diz Marcos, "senão a indústria não investe."
Marcos e os diretores da Anatel decidiram consolidar os resultados dos estudos da Anatel numa nova proposta para planejar e regulamentar como a faixa de frequência de 2,5 GHz poderá ser explorada tanto por operadoras de telefonia móvel, quanto pelas empresas de TV por assinatura. Eles colocaram o texto em consulta pública em 3 de agosto.
Pela proposta da Anatel, a faixa de 190 MHz, usada pelas empresas para transmitir TV por assinatura via rádio (MMDS), seria aos poucos dividida com as operadoras móveis. Assim, em 2015, as empresas de TV por assinatura usariam a faixa central de 50 MHz para transmitir TV por assinatura (e banda larga via rádio, se quiserem) e as operadoras usariam duas faixas laterais de 70 MHz para serviços de telefonia celular e banda larga móvel (veja gráfico). "A proposta", diz Marcos, "é igual à que a UIT [União Internacional de Telecomunicações] aprovou." Mesmo assim, para que as operadoras móveis atendam a demanda de usuários por telefonia celular e banda larga móvel, a Anatel terá de remanejar outros 940 MHz até 2020. "Temos que organizar o espectro de modo a atender o interesse público."

>> frequências – II

... mas espera sugestões até setembro, antes de escrever um novo regulamento.


As empresas de TV por assinatura reclamaram da proposta da Anatel. Elas alegam que não conseguirão transmitir a mesma quantidade de canais, muito menos oferecer banda larga via rádio, usando apenas uma faixa de 50 MHz. Marcos diz que isso é possível sim, mas as empresas terão de investir para digitalizar o sinal de TV. "Dessa forma, elas conseguirão transmitir o dobro de canais e ainda sobrará frequência para a banda larga."
Qualquer um pode contribuir com a consulta pública da Anatel até 16 de setembro. Depois, Marcos e outros quatro técnicos analisarão as sugestões e decidirão quais incluir no texto final do regulamento. "Não há prazo para fazer isso", diz Marcos, "porque depende de quantas sugestões receberemos e se elas serão complexas ou não."
Quando Marcos terminar, o maior desafio será convencer as empresas de TV por assinatura e as operadoras móveis que o novo regulamento beneficiará a todos: como a proposta é aderente aos padrões internacionais, ele diz, elas gastarão menos dinheiro para se modernizar, já que os fornecedores fabricarão equipamentos em escala global. "Não queremos tirar ninguém do mercado", diz Marcos, "mas hoje existem outras maneiras de usar a faixa de frequência de 2,5 GHz."
>> credibilidade – I
Os sócios da Masterdom tentam provar que entendem de Websphere...


Luciano Bernardo da Silva, diretor comercial da Masterdom, e seus outros dois sócios, tentavam diversificar os projetos da empresa. Desde 1999, eles desenvolviam aplicativos baseados no sistema de correio eletrônico Lotus Notes, da IBM. Em 2007, Luciano colocou metade dos técnicos em cursos de Websphere, outro sistema da IBM, para desenvolver portais e aplicativos em linguagem Java. Se ampliasse os serviços da para sistemas baseados em web, a Masterdom faturaria mais em 2008. "Mas mesmo CIOs que já eram clientes não sabiam que nós prestávamos serviços com outras tecnologias."
A própria IBM só reconhecia a Masterdom como parceiro para projetos em Lotus Notes e, com isso, não a indicava para projetos em Websphere. "Nós precisávamos quebrar a barreira que a nossa especialização em Notes criou."
Sempre que a Masterdom terminava projetos em Lotus Notes, Luciano se reunia com os técnicos da IBM para repassar o valor das licenças. Nessas reuniões, ele comentava que já havia treinado grande parte de sua equipe em Websphere. Numa dessas reuniões, em fevereiro de 2008, os técnicos da IBM ofereceram uma oportunidade ao Luciano: um outro parceiro tinha abandonado o projeto de um portal de colaboração desenvolvido em Websphere para o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) e a IBM procurava um novo parceiro para assumir o projeto.
Era um contrato antigo: a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) assinou com a IBM no final de 2004. No entanto, a IBM precisava cumprir o contrato até agosto de 2008. "Aceitamos participar da concorrência logo de cara."

>> credibilidade – II

... mas só depois de assumirem um projeto da Prodesp...


A Masterdom atendia clientes de governo há dez anos e, quando Luciano decidiu participar da concorrência, quase 40 técnicos já sabiam desenvolver aplicativos em Websphere. "O cliente já tinha nossas referências e nos aceitou."
A Masterdom deveria terminar um portal na intranet do TJ-SP para juizes, desembargadores e outros usuários trocarem informações sobre processos nas varas de execução criminal; e para consultarem fichas de antecedentes criminais, laudos, fotos e impressões digitais. No entanto, os prazos eram curtos: dois meses para entregar cada aplicativo que compunha o portal.
Para atender os prazos, Luciano precisava contratar outros 12 técnicos. Enquanto os técnicos já treinados em Websphere desenvolviam os aplicativos com prazo mais curto, Luciano e os sócios recebiam vários técnicos na Masterdom todos os dias; mas poucos passavam para a fase seguinte da seleção. Durante os primeiros dois meses do contrato com a Prodesp, os executivos da Masterdom entrevistaram cerca de 60 técnicos para contratar os 12 que precisavam. "Tivemos de ser muito exigentes na contratação para oferecer o nível de qualidade que o cliente esperava."
Com os novos técnicos, Luciano cumpriu o contrato até o final. Em setembro de 2008, a Prodesp renovou o contrato com a Masterdom por mais um ano.

>> credibilidade – III

... eles conseguem novos clientes.


Enquanto Luciano renovava o contrato com a Prodesp, recebia alguns clientes que queriam renegociar contratos por causa da crise econômica. Mais do que nunca, ele precisava fechar novos contratos. Ele pressionou os vendedores da Masterdom para convencer as empresas a contratá-la para projetos em Websphere; e decidiu mostrar o projeto da Prodesp como exemplo.
De setembro a dezembro de 2008, cinco clientes se interessaram em contratar a Masterdom para desenvolver portais em Websphere. Para convencê-los Luciano pediu aos técnicos da Prodesp para levá-los na própria Prodesp para conhecer o portal do TJ-SP. "Fechamos grandes projetos."
Por causa dos novos clientes que encomendaram aplicativos baseados em Websphere até o final de 2008, os técnicos da Masterdom ganharam cerca de 210 mil horas de trabalho. No final das contas, a Masterdom faturou menos em 2008 por causa da crise. Mesmo assim, a receita líquida da empresa, em 2008, cresceu 22,86%.
>> gestão – I
As operadoras param de comprar por causa da crise...


Em 2008, Edgar Bortolini se reuniu bastante com Paulo Renato Ketzer de Souza, presidente e fundador da Parks. Na época, Bortolini desenvolvia para a Parks uma área de negócios de equipamentos para telecomunicações sem fio, como redes de terceira geração e redes WiMAX. No entanto, em 11 de outubro de 2008, por complicações após uma cirurgia no coração, Paulo Renato morreu.
Apesar do luto, a Parks precisava seguir em frente. Na semana seguinte, os acionistas, diretores e conselheiros se reuniram para escolher o novo presidente da empresa. Os conselheiros e diretores indicaram alguns nomes — o de Bortolini estava entre eles.
Os acionistas, diretores e conselheiros se reuniram mais algumas vezes para analisar o perfil dos candidatos e os números da Parks: as finanças estavam equilibradas, as vendas iam bem. No entanto, Paulo Renato era quem direcionava em quais tecnologias a Parks precisava investir para se manter no mercado e eles queriam alguém para assumir essa função.
Como Bortolini acompanhava Paulo Renato nas conversas sobre tecnologias, ele foi nomeado presidente da empresa em 1º de janeiro de 2009. "Eu precisava continuar o trabalho, mas o Paulo Renato não deixou manual de instruções."

>> gestão – II

... então, a Parks começa a vender para o governo...


Durante algumas conversas com os funcionários, Bortolini percebeu que, por causa da crise, as operadoras não assinavam contratos com a Parks. "Já dava para saber que a crise teria um impacto significativo sobre o faturamento." Ele precisava entender melhor como os clientes se comportavam diante da crise, só assim poderia retomar as vendas.
Os diretores mostraram alguns relatórios do sistema de análise estatística de dados (BI) para Bortolini. Os relatórios o ajudaram a acompanhar a situação dos clientes mês a mês: as operadoras adiaram muitos projetos para o segundo trimestre. "Como nossos negócios estavam bastante focados em operadoras, se uma delas não comprava, já sentíamos o impacto."
No início de 2008, Paulo Renato se preocupava em diversificar os negócios, por isso, ele convidou Bortolini para criar a área de negócios de telecomunicações sem fio. Como o leilão das frequências de WiMAX não aconteceu, Paulo Renato passou a oferecer os produtos para grandes empresas, utilities e governo.

>> gestão – III

... e se divide em três áreas para manter o crescimento.


Como a Parks estava faturando menos por causa da crise, Bortolini decidiu apostar nos planos de Paulo Renato. Fazia sentido dividir a empresa em áreas de negócio diferentes, pois se as vendas caíssem numa delas, as vendas das outras compensariam os prejuízos.
Por isso, Bortolini dividiu a Parks em três áreas de negócios: produtos e serviços para operadoras; redes sem fio; e contratos de terceirização para fabricar eletrônicos.
Com fabricantes chineses concorrendo com preços mais baixos, ele decidiu que a equipe precisava acompanhar os projetos de perto. Desde o início de 2009, os engenheiros do centro de pesquisa e desenvolvimento da Parks passaram a especificar os equipamentos para os projetos junto com os clientes que, depois, também acompanham a fabricação. "Os chineses só fabricam em grande escala", diz Bortolini. "Eu quero ser como um alfaiate para os clientes."
Depois de dividir a empresa em três unidades de negócios, Bortolini está mais confiante em relação ao futuro da Parks. Em julho de 2009, ele conseguiu ultrapassar a meta de faturamento do primeiro semestre — para 2009, a meta é crescer 10 a 15%. "Nossa maior vitória foi reduzir o risco de depender das operadoras."
>> fórum municípios 2009
50 gestores de TI das prefeituras se encontram em setembro


A Plano Editorial promove a segunda edição do Fórum TI & Governo — Municípios, de 9 a 11 de setembro, no Caesar Business São Paulo Faria Lima. O evento vai reunir 50 profissionais de TI das maiores cidades do país, além de fornecedores de hardware, software e serviços.
Os convidados participarão de painéis de debates, jogos de gestão, palestras e atividades de desenvolvimento pessoal e profissional. E terão a oportunidade de conhecer as soluções apresentadas pelos fornecedores em reuniões nas suítes corporativas e no espaço corporativo.