quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

>> regras de compra
A SLTI prepara mudanças para a instrução normativa nº 4

xxNazaré Lopes Bretas, diretora do departamento de integração de sistemas da Secretaria de Logística e TI do Ministério do Planejamento, pretende reescrever alguns trechos da instrução normativa n° 4. O governo publicou a IN 4 há um ano, mas o funcionário público responsável pela TI ainda tem dúvidas ao redigir contratos: quem é responsável, o jurídico, o usuário ou os técnicos? É preciso criar outro comitê para gerir os contratos?
xxA IN 4 foi publicada em maio de 2008 para obrigar os profissionais de TI dos órgãos do governo federal a comprar produtos e serviços de informática e telecomunicações com maior cuidado. Pela IN 4, os profissionais deveriam comprar TI de acordo com os planos estratégicos do órgão em que trabalham, deveriam seguir um plano diretor de TI, deveriam controlar os contratos e os fornecedores.
xxNazaré, assim como outros diretores da SLTI, queria todos os órgãos adaptados à IN 4 até 2 de janeiro de 2009. Mas, conforme os meses se passaram, ficou claro que os profissionais de TI não conseguiriam realizar as mudanças a tempo. Então, em 31 de dezembro de 2008, a SLTI publicou a portaria n° 11, esticando o prazo. O documento trazia ainda explicações sobre o que é um plano diretor de TI, sobre como diagnosticar as necessidades de TI, como gerir os funcionários ou avaliar os serviços.
xxSegundo Nazaré, muitos órgãos escreveram um plano diretor e criaram comitês para ajudar na gestão da TI, mas mesmo assim ainda têm dúvidas sobre como mudar os contratos ou exigir prazos dos fornecedores. “O que a gente mais queria, que era integrar a TI dentro dos ministérios, está acontecendo.” Falta simplificar a questão de contratos, definir as etapas de contratação de serviços e os papéis de cada um. “São algumas das coisas que, no texto original, causam dúvidas.”
xxNa IN 4, a SLTI cita a área demandante (o ministro ou o órgão que precisa de uma solução de TI), a área de TI e a área de contratos e licitações. Contudo, quando um ministério quer contratar uma fábrica de software, os gestores de TI não sabem quem deve controlar o contrato: a TI, o demandante ou a área de contratos? Da forma como a IN 4 está escrita, alguns gestores pensaram que deviam criar um outro comitê (além do de TI) para a função. “Vamos esclarecer que isso é entre o comitê de TI e a área de TI.”
xxA nova versão da IN 4, diz Nazaré, deve ficar bem parecida com a versão de hoje, só que mais clara. Por enquanto, um grupo estuda as dúvidas dos gestores de TI e reúne os dados; logo no começo de 2010, Nazaré deve fazer algumas audiências públicas; e só depois irá lançar a IN 4 versão 2010. Ela planeja o lançamento para maio, quando a instrução normativa faz dois anos.

>> mudança de realidade - I
A SLTI tenta estruturar a TI do poder executivo...

xxPaulo Roberto da Silva Pinto tenta estruturar a TI do poder executivo, que inclui a presidência, os ministérios, as secretarias, as universidades, as autarquias, as agências reguladoras e todos os órgãos federais. “Meu desafio é tirar a TI do subsolo e levá-la, pelo menos, para o 1º andar.”
xxEle já foi secretário de TI do Supremo Tribunal Federal. Hoje, o STF recebe eletronicamente os processos de outros tribunais, os ministros assinam os processos com certificado digital, e as pessoas acompanham os processos pela Internet. “Nas entrevistas”, diz Paulo, “os ministros citam os sistemas de informática.” Por isso, pela sua experiência no STF, ele foi convidado por Rogério Santanna, secretário de logística e tecnologia da informação (SLTI) do Ministério do Planejamento, para integrar as áreas de informática de todos os órgãos do governo federal. “Para fazer a TI trabalhar em rede.”
xxEm algum momento, a TI no governo federal perdeu importância. Ficou sem técnicos, ou com técnicos antigos e destreinados; ficou com máquinas velhas, rede ruim, sistemas desintegrados; ficou sem planejamento, sem cumprir as necessidades dos usuários. Perdeu o respeito.

>> mudança de realidade - II
... por isso, contrata 480 técnicos para trabalhar com governança de TI...

xxPaulo tenta montar um planejamento estratégico para os departamentos de TI dos órgãos do governo federal; visita as secretarias, estuda os planos plurianuais. Como apoio, ele tem a instrução normativa nº 4, que desde janeiro de 2008 obrigou os executivos de TI a comprar produtos ou contratar serviços de TI seguindo boas práticas de gestão. Desde então, os executivos de TI se mexeram para se adaptar à IN 4. Mas apenas publicar a normativa é insuficiente para mudar a realidade dos órgãos.
xxOs órgãos públicos são formados por funcionários que trabalham lá há anos, e se acomodaram no trabalho. Poucos entendem de governança de TI. Por isso, Rogério Santanna convidou Paulo Pinto para estruturar as áreas de TI. Logo depois, em 2008, a SLTI conseguiu aprovar a contratação de 350 técnicos, que pretende distribuir entre as áreas de TI dos órgãos do poder executivo.
xxContudo, por conta da crise, a SLTI só contratou 230 técnicos. Além desses, remanejou outros 250 técnicos de dentro do próprio governo para trabalhar, exclusivamente, com governança de TI.
xxEles receberam gratificações até chegar ao salário de R$ 6 mil. Com esse salário, alguns deles passaram a ganhar o dobro do que ganhavam antes; é uma tentativa, diz Paulo, de segurá-los no governo por pelo menos um ano. Ao final desse período, eles serão avaliados: os que realmente melhoraram a governança da TI, permanecerão com as gratificações.

>> mudança de realidade - III
... e os prepara para um encontro casual com o ministro.

xxEsses 480 novos técnicos estão fazendo cursos na Escola Nacional de Administração Pública — sobre a instrução normativa n°4, boas práticas de TI, entrega de serviços, gestão de contratos. Eles também aprendem a mexer no Oasis, um software livre criado e usado pelos técnicos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior para gerir os contratos de TI.
xxComo a escola de administração não tinha muitos professores de governança de TI no governo, ela convidou os executivos que se destacavam no mercado; entre eles, o próprio Paulo Pinto, da SLTI. Em janeiro de 2010, os 480 técnicos assumem suas novas funções.
xxAlém das aulas, Paulo faz exercícios lúdicos com alguns técnicos. Um deles se chamava TI vira nos 30 (para soar como te vira nos 30), uma alusão ao quadro do programa Domingão do Faustão, da TV Globo; no exercício, o técnico tem de dizer, em 30 segundos, por que a TI é importante e merece investimentos.
xxO objetivo do exercício, diz Paulo, é preparar o técnico para um encontro casual com algum dos ministros do governo federal, no elevador, por exemplo. Os técnicos do poder executivo, ao contrário dos técnicos do Supremo Tribunal Federal, raramente conversam com um ministro — e nenhum ministro do executivo cita os sistemas de TI nas entrevistas.

>> intragov
Ninguém vence o pregão e São Paulo vai fazer nova licitação

xxDouglas Viudez, diretor de produção e serviços da empresa de informática do estado de São Paulo (a Prodesp), não conseguiu contratar a nova Intragov, a rede que interliga os órgãos públicos nas 645 cidades do estado. O contrato que a Prodesp tem com a Telefônica vence em 2011 e, para manter o serviço sem interrupção, Douglas precisava contratar o serviço logo.
xxEle conseguiu marcar o pregão para 1° de dezembro, às 9 horas, no auditório da própria Prodesp. O representante da Telefônica entregou uma proposta de preço ao pregoeiro, assim como o da Embratel. Mas o da Embratel não cumpriu o ritual pelo qual a empresa reafirma que sua proposta está de acordo com os termos do edital — e a operadora foi desclassificada.
xxO representante da Telefônica, por sua vez, baixou três vezes o preço inicial da proposta, mas nenhuma delas satisfez o pregoeiro, que decidiu suspender o pregão até sexta-feira, dia 4.
xxContudo, na sexta-feira, o pregoeiro cancelou o pregão. Ele não aceitou o valor mais baixo oferecido pela Telefônica, de R$ 9,5 milhões por mês, que estava, segundo ele, acima do que o governo pretende pagar.
xxNo edital, a Prodesp exigia uma velocidade máxima maior para a Intragov (de 2,5 Gbps, contra 1 Gbps antes); exigia que a operadora aceitasse ordens de serviço via portal, assim como colocasse no portal todas as informações sobre a gestão da rede; exigia ainda que a operadora colocasse, no mínimo, oito engenheiros dentro da Prodesp, além dos sistemas de gestão para que eles visualizassem toda a Intragov e resolvessem os problemas dali mesmo.
xxAgora, como o pregão foi cancelado, Douglas terá de fazer uma nova licitação, e pensa se vale a pena modificar o texto de alguns trechos do edital. Ele tem pressa porque, caso a Telefônica perca, o pessoal da Prodesp precisa de um ano e meio para trocar 15 mil circuitos de uma operadora para outra.

>> tv por assinatura
A comissão de ciência e tecnologia da Câmara dos Deputados aprova o PL 29

xxNa manhã de 2 de dezembro, o deputado federal Eduardo Gomes (PSDB/TO) presidiu mais uma reunião da comissão de ciência, tecnologia, comunicação e informática (CCTCI), na Câmara dos Deputados. Conforme a pauta, os deputados votariam a emenda do deputado Paulo Lustosa (PMDB-CE), que altera o Projeto de Lei 29/2007. Contudo, muitos deputados e associações do setor, como a Ancine e a Abert, ainda pediam explicações ou discordavam da emenda. “Era para ser uma votação”, disse Eduardo, “e não outra discussão.” Ele tentou retomar a votação três vezes, mas não conseguiu. Os deputados estavam dispostos a discutir 103 mudanças no projeto. Por fim, ele suspendeu a reunião.
xxDeixou os deputados e as associações discutirem a emenda durante a tarde e retomou a votação às 16 horas. Dessa vez, os deputados votaram. Já era noite quando, por unanimidade, eles aprovaram a maior parte da emenda de Paulo Lustosa. “Foi uma conquista”, diz Eduardo, “após três longos anos de espera.”
xxAo final da reunião, depois de ter aprovado o projeto e a emenda, os deputados lhe entregaram mais cinco propostas de mudanças ao PL 29; eles queriam mudar as normas pelas quais as empresas de TV por assinatura misturam programas brasileiros e estrangeiros. Como nenhuma delas alterava significativamente o PL 29, os deputados da CCTCI marcaram uma reunião extra para discuti-las, no dia 9, uma semana depois.
xxNenhuma das cinco propostas impedia que as operadoras de telefonia vendessem serviços de TV por assinatura, independente de qual tecnologia a ser usada para entregar programas de TV aos clientes. Contudo, até que elas possam entrar nesse mercado, o PL 29 ainda deve tramitar mais tempo no Congresso: duas comissões na Câmara dos Deputados, e depois o Senado. Para Eduardo, o PL 29 só vira lei na metade de 2010, e olhe lá.
xxCom a entrada das operadoras de telefonia, diz Eduardo, o número de assinantes de TV por assinatura, que hoje é de 7 milhões, aumentará. “Nos próximos anos, a infraestrutura para distribuir esses serviços deve aumentar em 25%.”

>> integração - I
O Cepam convence dez prefeituras a participar do projeto de interoperabilidade do Estado de São Paulo...

xxAntonio Celso de Paula Albuquerque Filho, gerente de pesquisa, projetos e inovação do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam), viajou para muitas cidades de São Paulo nos primeiros meses de 2009. Ele visitou gestores de TI de prefeituras, para ver se eles queriam interligar seus sistemas aos do estado. “Os municípios serão os maiores beneficiados.” Em dois meses, 14 prefeituras se interessaram pelo projeto piloto.
xxNos órgãos do estado, contudo, tem sido mais difícil convencer os gestores. Até hoje, diz Celso, eles querem saber se o governador ou os secretários já sabem do projeto; querem saber também por que a ordem não veio de cima para baixo.
xxO projeto começou na Corregedoria-Geral da Administração do Governo de São Paulo, quando Rubens Rizek, o presidente, percebeu que, para fiscalizar bem as finanças do estado, precisava acessar todas as informações a partir de um único sistema. Durante quase dois anos, ele tentou convencer os técnicos a interligar todos os sistemas do estado ou a trocá-los por um sistema já integrado. “Mas era impossível”, diz Celso. “Nenhum técnico considerava um projeto assim viável.”
xxEm julho de 2008, Celso propôs um outro projeto de interoperabilidade: desenvolver interfaces baseadas em arquitetura orientada a serviços (SOA) para integrar os bancos de dados do estado e das prefeituras. Assim, os usuários acessariam todos os dados por meio de um portal, o sistema de gestão integrada. “A ideia é criar conectores para interligar cada processo.” Rubens aceitou.

>> integração - II
... desenvolve interfaces em SOA para interligar quatro processos...

xxEm maio de 2009, dez prefeituras assinaram um termo de cooperação técnica com o Cepam: Campo Limpo Paulista, Caraguatatuba, Jundiaí, Juquitiba, Piracaia, Santos, São Paulo, São José do Rio Preto, Sorocaba e Sud Menucci. Do estado, Celso só convenceu o secretário de finanças e o de educação a participar. Até a metade do ano, Celso e dois técnicos especializados em SOA estudaram os processos dessas duas secretarias e os processos equivalentes nas dez prefeituras.
xxEles selecionaram quatro processos para o piloto: compras e contratos, diárias, convênios e matrículas escolares. Os dois técnicos desenvolveram as interfaces em SOA para automatizar o cadastro de sanções a fornecedores e o cadastro de materiais; e também para matricular um novo aluno e para verificar se um aluno já está matriculado (em escolas do estado ou da prefeitura). Por fim, desenvolveram o sistema de gestão integrada.

>> integração - III
... e promove um seminário para convencer mais órgãos a participar.

xxCelso compartilhou os aprendizados com o projeto piloto durante o 1º Seminário de Gestão Integrada. Para a interoperabilidade dar certo, diz Celso, o Cepam precisa convencer os gestores de TI de outras secretarias e de outros municípios a aderir. Em 26 de novembro, dia do seminário, Celso esperava 120 gestores de TI. Minutos antes da abertura, no entanto, buscou cadeiras às pressas para acomodar 180.
xxO contrato do Cepam com a Corregedoria-Geral termina em janeiro de 2010. Até lá, Celso entrega um modelo sobre como desenvolver as interfaces em SOA para qualquer processo de troca de informações do estado. Depois de janeiro, Celso não desenvolverá mais interfaces em SOA; ele só visitará as prefeituras para acompanhar o trabalho. “Vamos apresentar as necessidades dos municípios ao estado.”
xxRubens, da Corregedoria-Geral, ainda não definiu quem gerenciará o projeto depois que o contrato com o Cepam terminar. O trabalho, diz Celso, deve ficar a cargo da empresa de processamento de dados do estado (a Prodesp), em parceria com os gestores de TI das secretarias e prefeituras. “O governo só tornará todos os processos interoperáveis em dois ou três anos.” Pelas contas dele, se os funcionários que gerenciam as compras e contratos pararem de digitar informações iguais em diversos sistemas diferentes, o estado economizará R$ 24 milhões por mês.

>> formação
São Paulo terá a primeira escola técnica de gestão pública do Brasil

xxOs diretores do Centro de Estudos e Pesquisas de Administração Municipal (Cepam) e do Centro Paula Souza assinaram um acordo para criar a primeira escola técnica de gestão pública do Brasil. Os professores e os 160 alunos ficarão num prédio anexo ao Cepam, dentro da Universidade de São Paulo.
xxEm fevereiro de 2010, começam as aulas das duas primeiras turmas, de 40 alunos cada uma, uma de manhã e outra à noite. Esses primeiros 80 alunos já passaram no vestibular e já fizeram a matrícula.
xxAs aulas serão ministradas por professores do Centro Paula Souza e do Cepam — já acostumados a dar aulas para gestores públicos, principalmente de municípios. Os diretores do Cepam ficaram encarregados de comprar os produtos de informática, que serão usados durante as aulas.
xx“O prédio terá tudo de mais moderno”, diz Maria de Fatima Porcaro, gerente de TI do Cepam. Ela pretende comprar 20 lousas digitais, instalar uma rede sem-fio e, se tudo der certo, comprar notebooks para emprestá-los para alunos e professores. Os notebooks, ela diz, devem ter “perfil corporativo”, para sobreviver a quedas e à derrubada de líquidos no teclado, e para suportar todos os sistemas das aulas. Os alunos poderão levar os notebooks para casa, para fazer os trabalhos; depois de formados, os alunos terão o direito de comprar as máquinas.
xxO curso deve durar um ano e meio, e o aluno terá de fazer estágio de seis meses.

>> saída criativa
A cidade de Taboão da Serra pede R$ 3 milhões ao Minicom. E pode conseguir.

xxDonizetti da Costa, diretor de TI e modernização da prefeitura de Taboão da Serra (SP), há anos trabalha com pouca gente e com nenhum dinheiro próprio — pois a área de TI da prefeitura de Taboão não tem orçamento, nem plano diretor. “A TI sempre foi só uma sala com três pessoas, que mantêm os computadores.”
xxMas, recentemente, Donizetti descobriu o Ministério das Comunicações. Ele pesquisava jeitos de arranjar verba no governo federal, achou que tinha bons projetos, e submeteu alguns deles ao Minicom. Pediu R$ 3 milhões. Dois técnicos do Minicom o visitaram em outubro para vistoriar as instalações e conferir os projetos. “Eles nos deram algumas dicas de como gastar menos.”
xxDonizetti quer usar os R$ 3 milhões para construir um CPD, refazer a rede local da prefeitura e interligar a prefeitura e as secretarias com 3,5 quilômetros de cabos de fibras óticas. Na segunda fase, Donizetti pretende instalar mais 24 quilômetros de cabos para interligar o restante das secretarias e nove enlaces de rádio para conectar escolas e postos de saúde à rede. “Quando a rede estiver pronta”, diz Donizetti, “queremos dar Internet de graça para a população.”
xxSe o Minicom aprovar o projeto ainda em 2009, Donizetti terá verba para os projetos mais importantes de Taboão da Serra já no início de 2010 (até o dia 8, o Minicom ainda não havia aprovado o projeto). Contudo, nos últimos dias de novembro, Donizetti recebeu uma ligação de um gerente da Caixa Econômica Federal (que administra os recursos do Minicom). “Já fui convocado a abrir uma conta-corrente para receber o dinheiro.”
xxContudo, até o dia 8 de dezembro, o Minicom ainda não havia aprovado o projeto.

>> mercado - I
A Avaya quer crescer acima do mercado em 2010...

xxNo mercado de telecomunicações, se a empresa estiver no terceiro lugar, ela corre o risco de desaparecer. Por isso, Cleber Morais, o presidente da Avaya no Brasil, se esforça para manter a empresa nas primeiras posições. Garantir a “sustentabilidade da empresa”, diz Cleber, preocupa qualquer presidente.
xxMas a Avaya tem se saído bem. A Nortel, um dos seus principais concorrentes, pediu concordata em vários países, e a Avaya comprou a divisão de produtos corporativos do concorrente (que incluiu a divisão de produtos para o governo). No Brasil, por causa da crise econômica, vários clientes terceirizaram as operações de informática, telefonia e atendimento ao consumidor; para atendê-los, os datacenters e os call centers compraram máquinas e sistemas da Avaya.
xxA operação no Brasil, diz Cleber, foi a única que se manteve lucrativa durante a crise, não demitiu funcionários nem cortou investimentos. Por conta do bom resultado, Cleber foi convidado, no final de 2008, para participar das reuniões do conselho internacional — foi a primeira vez que um presidente brasileiro participou da reunião e, depois disso, ele já participou de mais duas.
xxEm 2010, ele quer que a Avaya cresça acima do mercado — “dois dígitos”. Para isso, reorganizou os vendedores. Um grupo continua focado nas 200 grandes contas; esse grupo, de 28 pessoas, ganhou mais quatro vendedores. Outro grupo, um novo, com oito vendedores, vai atrás de novos clientes, principalmente de médias empresas.

>> mercado - II
... para isso, vende para médias empresas.

xxEntre outros produtos, eles vão vender o Avaya Aura, um sistema para interligar e gerenciar PABX de diferentes marcas. Com ele, o cliente ainda instala várias funções de telefonia via IP: ligações via Internet, videotelefonia, roteamento de ligações ou de sessões de comunicação com base na presença (para o celular, se o usuário estiver disponível no celular, ou para o Skype, se o usuário estiver viajando, para o Messenger, se o usuário preferir).
xxA Avaya, diz Cleber, vai vender por meio de revendedores. Hoje, técnicos de 15 revendedores recebem treinamento para instalar o Aura. E Cleber quer incentivá-los a construir produtos para os clientes de médio porte, de vários segmentos. Um parceiro, por exemplo, já criou um sistema para o setor da saúde; em breve, a Avaya também terá produto para o setor do governo. “Reforçamos a equipe de Brasília: o escritório tinha quatro pessoas, e colocamos mais três.”
xxManter a empresa saudável dá trabalho, diz Cleber, mas ver bons resultados é recompensador.

>> pop-up desbloqueado
Onde é que eu estava mesmo?

xxQuanto tempo uma pessoa demora para se recuperar de um alarme, ou de uma janela de Internet que pula na frente dela? Até que ponto uma janela de pop-up atrapalha? Dois cientistas da Universidade de Cardiff, Helen Hodgetts e Dylan Jones, organizaram vários testes para medir.
xxEles deram uma tarefa simples, para ser cumprida em sete passos, para centenas de pessoas. Cada pessoa usava o computador para cumprir a tarefa. Uma parte dessas pessoas cumpriu toda a tarefa, ou todos os sete passos, sem interrupção. E uma parte cumpriu a tarefa com uma interrupção aqui e ali — um alarme visual, ou um pop-up. Cada interrupção durava 5 segundos.
xxResultado: quem pôde trabalhar sem interrupções cumpria a tarefa em 10 minutos, mas quem foi interrompido duas vezes cumpria a tarefa em 11 minutos, mais ou menos; ou seja, gastava 50 segundos extras, além da interrupção de 10 segundos, e isso para retomar uma tarefa simples. Helen diz que, logo depois da interrupção, a pessoa precisa achar de novo dois conjuntos importantes de informações: Em que ponto eu estava? O que eu pretendia fazer mesmo a partir desse ponto?