quarta-feira, 7 de outubro de 2009

>> terceira geração – I
Para cumprir as metas da Anatel e reduzir as reclamações dos usuários...


##As operadoras celulares só instalaram redes de terceira geração (3G) em 11,3% das cidades brasileiras (a maioria delas cidades com mais de 500 mil habitantes), mas, segundo o Balanço Huawei de Banda Larga Móvel, as celulares já venderam 4 milhões de conexões de banda larga móvel desde dezembro de 2007. Fiamma Zarife, diretora de serviços de valor agregado e roaming da Claro, ainda vende todo mês a mesma quantidade de modens 3G que ela vendia quando a Claro lançou o serviço 3G. "Os modens somem das prateleiras." Para instalar as redes 3G, as operadoras investiram, mas não o suficiente para suportar tantos usuários em apenas dois anos. Em algumas cidades, como São Paulo, os usuários reclamam do serviço.
##Por isso, as operadoras têm pressa em aumentar a capacidade das redes. "O grande gargalo", diz Roberto Guenzburguer, diretor de segmentos da Oi, "é a rede de transporte." Ao mesmo tempo, no entanto, elas instalam novas redes em regiões onde não atuam, para cumprir as promessas feitas durante o leilão de frequências 3G. Como elas não têm orçamento para investir em tudo ao mesmo tempo, se viram obrigadas a rever prioridades.
##Enquanto decidem onde investir, as operadoras só vendem pacotes de banda larga móvel em que cobram o usuário pelo tráfego de dados mensal. (Quando o usuário completa sua cota mensal, a celular limita a capacidade de transmissão de seu modem 3G.) "À medida que elas consolidam as redes", diz Eduardo Tude, presidente da Teleco, "passarão a vender pacotes por velocidade."

>> terceira geração – II

... as operadoras instalam novas redes de transporte em conjunto.


##Para investir mais do que o previsto nas redes 3G, as celulares teriam que remanejar o orçamento que já está comprometido com outras áreas. Numa reunião de diretores de celulares, conta Paulo Emidio Faria, diretor de redes do Sul e Sudeste da Vivo, surgiu a ideia: já que todas as celulares precisam investir em rede, para transportar os dados dos equipamentos de acesso até o núcleo da rede, elas poderiam dividir os custos. "É o que fazemos com os sites da rede de acesso há bastante tempo."
##Depois de estudar o plano, diz Paulo Emidio, diretores da Vivo, da TIM e da Claro assinaram um acordo no início de 2009 a respeito da rede nas regiões Sul, Norte e Nordeste.
##Ao compartilhar custos, sobrará mais dinheiro para cada operadora aumentar a capacidade da rede 3G onde o tráfego de dados é maior. Além disso, fornecedores de fibras óticas e de equipamentos para infraestrutura instalarão as redes mais rápido, já que concentram os funcionários num projeto só. "Já começamos a estudar uma forma de compartilhar as redes de acesso e até o espectro de transmissão", diz Paulo Emidio, "mas é algo para o futuro."
##Com o acordo, as operadoras tentam se preparar para atender a demanda por banda larga móvel. De acordo com o balanço da Huawei, se o número de conexões de banda larga 3G se mantiver crescendo no ritmo de hoje, ultrapassará o número de conexões de banda larga fixa em 2011. Além disso, as operadoras venderão 60 milhões de conexões em 2014. "Esse serviço", diz Eduardo Tude, da Teleco, "será o que mais crescerá no Brasil."
##Isso só deve acontecer, no entanto, se as operadoras reduzirem os preços dos celulares e dos modens, além da banda larga em si. Hoje, as operadoras só subsidiam os celulares e modens para clientes de planos pós-pagos. Contudo, para aumentar o número de clientes, precisarão atender os clientes de planos pré-pagos, que hoje somam 82% dos celulares no Brasil. "O preço dos aparelhos", diz Tude, "ainda é uma grande barreira."