quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

>> atrás de dinheiro - I
A prefeitura de Vitória arrecada menos com o ICMS...

xxQuando surgiu a crise econômica em setembro de 2008, Pedro Bolzani, subsecretário de TI da prefeitura de Vitória (ES), ajudou o prefeito João Carlos Coser a rever o orçamento recém-escrito. “Tivemos que colocar o pé no freio, porque o estado nos repassou 10% menos ICMS.” Na época, Pedro planejava cinco projetos de TI para 2009, entre eles instalar 60 quilômetros de cabos de fibras óticas (para concluir a rede de dados da prefeitura) e instalar 40 câmeras de segurança e um centro de operações de segurança na cidade. Eram promessas de campanha. Os editais de licitação só ficariam prontos no final de 2009, então Pedro não se preocupou. “O prefeito manteve todos os projetos de TI.”
xxContudo, a prefeitura de Vitória arrecadou ainda menos nos meses seguintes: o ICMS rendeu R$ 27 milhões em julho, R$ 3,5 milhões a menos que em janeiro. Numa nova reunião, o prefeito escolheu só os projetos mais importantes para a prefeitura. No caso da TI, a rede de dados e as câmeras de segurança.
xxOs outros projetos de TI ficaram para 2010: comprar um sistema de backup e um de gestão, aumentar a capacidade do armazém de dados (storage), construir uma sala-cofre para o CPD, atualizar o sistema de mapas digitais (GIS). Pedro pensava em como viabilizar esses projetos, quando se reuniu com funcionários do BNDES para assinar uma papelada; eles iam encerrar um contrato a respeito de verba do Programa de Modernização da Administração Tributária (PMAT). Então, Pedro imaginou uma alternativa.

>> atrás de dinheiro - II
.... e recorre ao BNDES para investir em TI em 2010.

xxComo a prefeitura de Vitória já pagou a antiga dívida do PMAT, Pedro poderia submeter outro projeto ao BNDES. “Foi uma coincidência descobrir isso.” Em agosto, ele colocou três gerentes para escolher os projetos principais de TI, para incluí-los todos num projeto maior, financiado pelo PMAT.
xxEnquanto isso, Pedro terminou o edital da rede de dados: em 10 de novembro, ele licitou os 60 quilômetros de cabos, o serviço de instalação dos cabos e o serviço de manutenção por dois anos; incluiu nessa licitação rede local para 40 escolas. A 7Lan e a F&S participaram da licitação, mas só a 7Lan se classificou. Como a F&S entrou com recurso, Pedro ainda não pôde abrir as propostas comerciais. Ele pretende pagar R$ 1,42 milhão ou menos pelo projeto.
xxNa sexta-feira, 20 de novembro, os três gerentes listaram quais projetos a prefeitura deve submeter ao PMAT. “A maior parte dos recursos será usada para melhorar os serviços de TI.” Pedro levou os projetos para a assessoria de captação de recursos da prefeitura; vai precisar de R$ 10 milhões.
xxPedro prepara o texto final do projeto, enquanto os assessores reúnem as informações sobre as finanças da prefeitura. Eles submeterão o projeto até o final de 2009; assim, caso o BNDES o aprove, Pedro receberá a verba até março de 2010. “Vamos usar um dinheiro barato para a prefeitura”, diz Pedro. “E a TI terá verba, independente da arrecadação.”