quarta-feira, 4 de novembro de 2009

>> padrão bancário - I
As operadoras aceitam a nova versão de conta eletrônica da Febraban...

xxAntonio Carlos Ferreira, superintendente de sistemas do Itaú, convenceu quase todas as operadoras a usar o novo modelo para o banco receber eletronicamente as contas de telefone. A única exceção é a Oi. “Ela ainda nem começou o projeto.”
xxEm abril de 2009, Antonio e o grupo de estudos da Febraban (formado por representantes do Banco do Brasil, do Bradesco, da Caixa Econômica Federal, do Santander, do Itaú e do Unibanco) apresentaram a nova versão da conta eletrônica, a V3. Ela traz um número para identificar a fatura e o mês referente à conta; informa o endereço de instalação e de cobrança de todos os serviços tarifados; traz o valor total de cada serviço, o valor de multas e descontos; e tem um anexo com as categorias das chamadas.
xxA GVT foi a primeira a começar os testes e a entregar contas com o padrão V3. Depois, foram a Transit e a Hoje Telecom. A Telefônica, a Embratel e outras operadoras, diz Antonio, estão umas mais adiantadas que as outras, mas todas já trocam arquivos com o Itaú e conduzem testes.
xxCom a experiência até agora, diz Antonio, a V3 deixa os processos mais rápidos, deixa mais fácil acompanhar as despesas e mostrar as informações para os funcionários do banco. Mas ele só saberá se os erros nas contas diminuíram quando as grandes operadoras, como a Telefônica e a Oi, adotarem a V3.

>> padrão bancário - II
... só a Oi se atrapalha por causa da fusão com a BrT.

xxQuando a Oi comprou a Brasil Telecom, o atendimento piorou. “Principalmente o da Brasil Telecom”, diz Antonio, “que tinha uma parte de atendimento certinha.” Primeiro, veio uma fase de indefinição; depois, processos que aconteciam de uma forma na Brasil Telecom, aconteciam de outra na Oi. Os gerentes de atendimento falavam: não posso mais fazer isso porque agora é Oi. Com isso, o projeto da V3 atrasou.
xxEm maio, funcionários da Oi chamaram Antonio para uma reunião, explicaram que estavam num processo de fusão, por isso as coisas não aconteciam no ritmo que todos gostariam. Ele perguntou o que faltava para adotar a V3, facilitou uma série de coisas e deu mais dois meses de prazo.
xxDois meses depois, diz Antonio, a Oi mudou toda a equipe. “Os interlocutores com os quais tínhamos contato foram embora.” E ele teve de explicar tudo de novo para os novatos. No dia 20 de setembro, Antonio recebeu a ligação de um novo gerente da Oi, se apresentando, pois ele estava assumindo o atendimento do Itaú. Segundo ele, o projeto da V3 não tinha sido aprovado e ele teria de apresentá-lo novamente ao comitê.
xxAntonio ameaçou levar à diretoria do Itaú a sugestão de não comprar mais serviços da Oi; lembrou que o Banco do Brasil não pagaria a Oi, pois no edital para o serviço de 0800 ele tinha exigido a V3. Mas foi tudo em vão. Então ele acionou a Febraban.
xxNo dia 29 de outubro, o responsável pela comissão de tecnologia e automação bancária, Gustavo Roxo, escreveu uma carta para a operadora, pedindo explicações.
xxAntonio sabe que o Itaú não deixará de abrir agências porque a Oi não usa a V3. Mas entre um fornecedor com a V3 e outro sem, o fornecedor com a V3 leva vantagem. “A gente sabe que é difícil para uma empresa do tamanho deles fazer uma integração, mas é injustificável essa falta de interlocutor.”