quarta-feira, 4 de novembro de 2009

>> responsabilidade cruzada - I
Para igualar os técnicos do Serpro aos do mercado privado...

xxTécnicos do Serpro constroem sistemas que serão usados por 20 anos. Quando eles vão medir o próprio sucesso, contudo, eles se comparam com os técnicos da iniciativa privada, contratados e pagos de acordo com seus conhecimentos em tecnologias novas. Marcos Mazoni, diretor-presidente do Serpro, se perguntou: como lidar com essas comparações, visto que os salários pagos pela iniciativa privada são mais altos, justamente porque os técnicos da iniciativa privada conhecem tecnologias novas?
xxMazoni aumentou os salários, criou um sistema que valoriza a tarefa (e não a tecnologia), e montou uma rede de treinamento para que os técnicos se mantenham atualizados, mesmo os que lidam com tecnologias antigas. Mas tudo isso resolvia só parte do problema.
xxComo os funcionários entram por concurso, Mazoni não sabe se as tarefas são realizadas pela pessoa com o melhor perfil. Ele imagina que, numa empresa com 11.500 funcionários, cada função importante para o Serpro poderia ser cumprida por um doutor naquela função. O desafio, diz Mazoni, é colocar cada funcionário em projetos nos quais eles são especialistas, e dos quais eles gostam.

>> responsabilidade cruzada - II
... Mazoni cria gestão de pessoas inspirada no software livre.

xxPara isso, Mazoni abriu uma espécie de rede social na intranet, onde publica as vagas abertas a cada projeto: funcionários de qualquer área podem se candidatar. Se o comitê de gestão do Serpro aprovar, o candidato fica livre para ocupar a vaga para a qual se candidatou — até que o projeto termine.
xxÉ uma forma de gerenciar os conhecimentos de uma empresa como o Serpro, diz Mazoni. “Estamos trazendo a lógica do mundo do software livre, no qual as pessoas cumprem tarefas por prazer.” Alguns projetos já incluem funcionários de outras áreas, mas a movimentação deve aumentar em 2010, pois Mazoni vai a todas as regionais do Serpro para falar sobre o projeto. “Ele altera a hierarquia, pois os chefes não são mais donos do trabalho.” O Serpro pretende virar uma rede de “responsabilidades cruzadas”.
xxPara uma empresa de 45 anos, diz Mazoni, o Serpro está sendo bem moderno com essa ideia de trabalho cooperado.