terça-feira, 13 de janeiro de 2009

>> rede convergente - II
... em uma ilha longe de tudo...

Ivan atravessou pela primeira vez a ponte que separa o continente da Ilha de Tatuoca, a 50 quilômetros de Recife, em outubro de 2007. Levou um susto. A área que a empresa comprou para construir o estaleiro era só um areal esburacado. Sem árvores, sem casas, sem água encanada nem telefone. Nada além de areia, caminhões, vergalhões de aço para construir as fundações, e muitos buracos.De lá para cá, a paisagem mudou bastante, mas as condições ainda são precárias. Os funcionários trabalham em galpões provisórios, feitos de madeira e gesso: a prioridade é terminar o estaleiro. A empresa constrói o estaleiro ao mesmo tempo em que constrói o primeiro navio comprado pela Petrobras, o principal cliente do estaleiro. Os desenhos dos projetistas, a programação das máquinas que cortam aço, o cálculo do uso de materiais, o cumprimento dos prazos — tudo depende de sistemas de TI. Quando chegou, Ivan não sabia que a indústria naval dependia tanto de TI. Um diretor explicou a ele que a TI devia funcionar bem para não atrasar a produção. Se uma etapa do trabalho atrasasse, o diretor explicou, a menor multa da Petrobras equivalia a três vezes o orçamento anual da TI. Ivan entendeu o recado: precisava comprar equipamentos e aplicativos confiáveis, porque a TI não podia falhar.A rede era uma parte importante do projeto. Na ilha, tudo fica longe. Qualquer galpão tem 100 metros de comprimento. As máquinas que cortam aço ficam a 2 quilômetros do servidor com o desenho das peças. Não dá para usar cabeamento comum em distâncias assim. Num lugar cheio de chapas de aço e guindastes, não dá para confiar em redes sem-fio, por causa da interferência. Ivan se decidiu por 22 quilômetros de cabos de fibras óticas.