>> gestão de gente - I
O Seade tinha problemas de telefonia...
Os funcionários do Seade (um instituto de estatísticas do Estado de São Paulo) dificilmente terminavam uma ligação sem problemas: a linha caía no meio da conversa; ou às vezes eles nem conseguiam linha.
Quando a nova superintendência de TI assumiu, em 1° de abril de 2008, Sergio Ricardo Rabelo foi nomeado assessor de TI, e ficou responsável pelo problema. Sua primeira ideia foi trocar o PABX (de 15 anos) por um novo. Mas um novo sistema de telefonia custaria de R$ 300 mil a R$ 500 mil. "A gente não tem esse dinheiro."
Sergio precisava resolver a situação com o que tinha à mão. Foi quando ele percebeu que o técnico de telefonia do Seade tinha ficado amigo dos técnicos do fornecedor responsável pela manutenção do PABX.
O técnico trabalha há mais de 30 anos no Seade e ajudou a instalar o equipamento, 15 anos atrás. Quando acontecia algum problema, ele ligava para o fornecedor e já dizia o diagnóstico: a placa GMIC queimou. Às vezes ele acertava, às vezes o fornecedor trazia a placa, mas o problema era outro. No saldo final, diz Sergio, o fornecedor usava o técnico do Seade como mão de obra dele.
Como o técnico estava com férias vencidas, Sergio pediu que ele tirasse 30 dias de folga.
>> gestão de gente - II
... porque o técnico era amigo do fornecedor...
No primeiro problema de telefonia, durante as férias do técnico, Sergio ligou para o fornecedor. Do outro lado, o funcionário logo perguntou onde estava o técnico, e em seguida perguntou qual era mais ou menos o diagnóstico. Ao que Sergio respondeu: o técnico está de férias, e eu não sei o diagnóstico, não entendo nada de PABX.
De noite, o técnico do fornecedor foi até o prédio da Seade, em São Paulo. E disse que o problema estava no cabo E1 da Telefônica. No dia seguinte, Sergio abriu um chamado na Telefônica e, de noite, o técnico da Telefônica foi até o Seade. "Ele disse que o problema estava no PABX."
Sergio chamou as duas empresas para uma reunião. O diagnóstico só veio 15 dias depois.
>> gestão de gente - III
... e o conector se dilatava nos dias quentes.
Os técnicos concluíram que, nos dias muito quentes, o ar-condicionado não dava conta e um conector do PABX se dilatava, perdendo a conexão entre a principal placa do PABX e o modem de comunicação. Como o modem também já era velho, ele desligava as linhas com qualquer instabilidade.
Para resolver o problema, o técnico da Telefônica trocou o modem antigo por um mais novo e trocou o cabo da central de distribuição (no térreo) até o modem (no primeiro andar); e o técnico do fornecedor de manutenção trocou o cabo do modem até a placa do PABX, e trocou a placa do conector com defeito também.
Quando o técnico de telefonia voltou de férias, recebeu a notícia: os problemas diminuíram bastante. (Só não diminuíram mais porque o PABX é velho, assim como a rede telefônica do prédio.) Sergio deu mais uma função ao técnico, que tem 50 anos: em maio, começa um curso sobre sistemas de backup.