quarta-feira, 3 de junho de 2009

>> fórum ti & governo 2009 – I
A Procergs se modifica e consegue, pela primeira vez em cinco anos, lucrar.


Em 2007, o governo do Rio Grande do Sul devia R$ 140 milhões para a empresa de informática do estado. E a Procergs devia R$ 30 milhões para fornecedores. Há mais de cinco anos a Procergs tinha prejuízo.
Quando a governadora Yeda Crusius (PSDB) assumiu, em 2007, Ademir Milton Piccoli foi promovido a vice-presidente da Procergs; e, junto com os outros diretores, escreveu um plano para recuperar a empresa.
Eles criaram um conselho administrativo; tiraram a Procergs da Secretaria de Administração e a passaram para a Secretaria da Fazenda — mais influente dentro do governo. Também renegociaram as dívidas com o estado e os fornecedores. E reduziram de cinco para duas diretorias (uma técnica e outra administrativa) para diminuir os custos, de R$ 47,5 milhões ao ano.
No segundo semestre de 2007, eles criaram uma controladoria para acompanhar os gastos. Com parte da dívida recuperada, e com empréstimos bancários, conseguiram R$ 45 milhões para investir em informática: substituíram nobreaks que existiam desde a fundação da Procergs, há 36 anos; compraram servidores, máquinas de armazenamento, equipamentos de rede; contrataram 27 técnicos; e trocaram 80 sistemas dispersos de gestão por um sistema único, centralizado.
Eles pararam de atender órgãos que não pertenciam ao governo estadual e abandonaram serviços, como o Via RS — um provedor de Internet que em 2006 tinha 25 mil assinantes e, em 2008, tinha 11 mil. "Nosso foco não é ser um provedor de Internet", diz Piccoli. "O governo não quer competir com a iniciativa privada." O foco agora é prestar serviços estratégicos e criar soluções que deixem o governo mais rápido e eficiente, principalmente nas áreas de administração pública, segurança, educação e saúde.
De 2006 para 2008, o custo operacional da empresa caiu 34,28%. Em 2008, Piccoli foi nomeado presidente. A Procergs fechou o primeiro ano com faturamento positivo — e os funcionários receberam décimo quarto salário. Recentemente, Piccoli contratou uma fábrica de software para ajudar a escrever os novos sistemas.
Hoje, a empresa processa notas fiscais eletrônicas de 12 estados, entre eles Rio de Janeiro e Santa Catarina — processa 500 mil notas por dia. Este ano, Piccoli tem R$ 39 milhões em caixa para investir na empresa. "Queremos ser um centro de soluções de governo eletrônico."

>> fórum ti & governo 2009 – II

Como foi o evento


Ademir Milton Piccoli contou sua história no Fórum TI & Governo 2009, organizado pela Plano Editorial e realizado de 14 a 17 de maio, na praia de Guarajuba, na Bahia. Durante os quatro dias do evento, 65 executivos conversaram sobre gestão de informática em órgãos públicos.
Eles também assistiram a palestras, participaram de um jogo de gestão, e visitaram as suítes corporativas dos fornecedores AMD/Lenovo, Avaya, Banco do Brasil, Cimcorp/Symantec, Cisco, Dell/Intel, Eagle’s Flight, Elucid, SAS, Software AG, 3Com/Ziva; além disso, conheceram as soluções da Algar, Autodesk, D-Link, Kaizen e EMC no Espaço Corporativo.