quarta-feira, 3 de junho de 2009

>> plc – I
A Celg decide usar a rede para gerenciar melhor a rede elétrica...


Há um ano José Gonçalves Vieira, passou a dividir seu tempo entre a superintendência de novos negócios da Celg Distribuição e a direção técnica da Celg Telecom. Ele assumiu o cargo porque coordena, desde 2003, os pilotos de banda larga pela rede elétrica (PLC) em Goiânia. "Os equipamentos que instalamos funcionam até hoje em 100 pontos na região de Goiânia." No entanto, o novo cargo trouxe um novo desafio: os diretores queriam usar a rede PLC para gerenciar melhor a rede de energia elétrica.
Todos os pilotos que Vieira realizou na Celg, no entanto, testavam os serviços de banda larga pela rede elétrica, exceto um: uns meses antes, Vieira tinha assinado um contrato com a Fitec, para desenvolver um sistema de supervisão da rede elétrica de média tensão. Com o sistema, os técnicos da Celg poderiam registrar perdas de energia, ou interromper remotamente a rede, em caso de acidente, ou identificar ligações clandestinas. A Celg investiu R$ 890 mil e o projeto terminou no final de 2008. "Aprendemos a usar a rede PLC", diz Vieira, "para melhorar a gestão da rede."
Ao mesmo tempo em que tocava o projeto com a Fitec, Vieira e equipe instalavam uma rede de fibras óticas na região metropolitana de Goiânia. Ele já havia licitado o projeto em 2007 para levar enlaces de rede para outras regiões; só assim ele poderia expandir a rede PLC. A Celg pagou R$ 20 milhões pela rede de fibras óticas e, desde a metade de 2008, os técnicos instalam fibras, switches e roteadores. A rede ficará pronta em julho.
Como o projeto com a Fitec terminou no final de 2008, Vieira assinou um novo contrato de pesquisa e desenvolvimento, desta vez com a Universidade Federal de Goiás (UFG). Cinco técnicos da Celg, além dos estudantes e professores da UFG, desenvolverão um sistema de gestão para toda a rede de telecomunicações da Celg. Com isso, diz Vieira, será mais fácil gerenciar a rede PLC, a rede de fibras óticas e os enlaces de rádio e de satélite que ainda conectam algumas subestações da Celg. "Vai ajudar muito quando expandirmos a rede para os oito municípios da região metropolitana de Goiânia." Os técnicos devem entregar esse projeto em 2010.

>> plc – II

... e escreve um plano de negócios, mas depende de parcerias para expandir a rede.


A equipe de Vieira já consolida os resultados dos projetos piloto e dos testes; depois de analisá-los, Vieira escreverá um plano de negócios para a Celg Telecom. "Estamos tecnicamente prontos para implementar qualquer projeto com a rede PLC." Ele vai propor aos diretores da Celg usar a rede PLC para gerenciar melhor a rede elétrica, mas usar a sobra de banda para prestar serviços de telecom para o governo de Goiás, alugar a rede para as operadoras ou vender banda larga.
Contudo, mesmo que Vieira entregue o plano de negócios ainda este ano, a Celg não tem mais verba, e não consegue comprar outros equipamentos de PLC, expandir a rede para a região metropolitana de Goiânia e financiar outros projetos de pesquisa e desenvolvimento. É a crise econômica, diz Vieira. "Queremos fazer parcerias com fornecedores para viabilizar o projeto."