quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

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A Casan renegocia contratos de telecom e aplica parte da economia em informática

Em março de 2008, Cezar Paulo de Luca, na época diretor de planejamento, orçamento e informação da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), chamou Fabrizio Ferrari, gerente de TI, para conversar sobre custos. Cezar pediu que Fabrizio revisasse os custos da TI e propôs um acordo: se ele reduzisse os custos, o valor economizado seria revertido para a própria TI. “Ele sabia que ainda havia gordura na TI.”Desde 2007, Fabrizio e os outros gerentes já procuravam formas de reduzir os custos na Casan. Os diretores implantaram um programa de melhoria financeira e de gestão de resultados em todas as áreas da empresa; eles queriam reduzir as dívidas, porque o BNDES e o Ministério das Cidades analisam as dívidas antes de conceder financiamento às empresas de saneamento. A cada trimestre, os gerentes e diretores da Casan se reúnem para avaliar se cada departamento alcançou a meta. O programa continua até 2015.Depois de se reunir com Cezar, Fabrizio reuniu a equipe de TI para analisar quais contratos poderiam rever. Os contratos com a Brasil Telecom foram os primeiros, porque a TI era responsável por eles há poucos meses. “Ninguém se relacionava com a operadora.” Fabrizio se reuniu durante três meses com a Brasil Telecom (única operadora que pode atender todas as unidades da Casan) e propôs renegociar as tarifas. No caso de telefonia fixa, a operadora reduziu as tarifas em 25%; no caso dos enlaces de rede, reduziu em 50%. Depois dos acordos, a Casan passou a economizar R$ 120 mil por mês.Em outubro de 2008, Fabrizio resolveu verificar as contas de celular. “As pessoas abusavam.” Novamente, ele se reuniu com os técnicos da operadora, pediu alternativas e descontos. No fim da conversa, optou por definir cotas de minutos para cada um dos 350 celulares e contratou, por R$ 7,00 ao mês por celular, o serviço de ligações sem limite entre os celulares da Casan. Fabrizio levou as contas de telefone para Cezar ver, e deu ideias para o dinheiro poupado. Ainda em 2008, Fabrizio conseguiu usar parte do valor que economizou para contratar 12 técnicos para a equipe de TI e ampliar o departamento. Além disso, comprou 60 computadores e informatizou 78 agências da Casan, que ainda não tinham enlace de rede. Agora, Fabrizio espera os diretores divulgarem o balanço de 2008 para saber o quanto realmente economizou com a TI. Depois, ele vai conversar com Celso Pereira, novo diretor da área, para tentar reinvestir o restante do valor que economizou em 2008.Em março de 2009, Fabrizio teria de negociar os contratos de telefonia novamente, mas resolveu antecipar as reuniões com a Brasil Telecom (agora, Oi). Por causa da crise, está mais difícil conseguir descontos, mas mesmo assim conseguiu reduzir o valor das tarifas de voz em 25% e o valor total do contrato de enlaces de rede em 79%. Além disso, em 2009 Fabrizio promete reavaliar outros contratos da TI, como o serviço de impressão, que vence em março. Nos serviços em que Fabrizio não conseguir desconto, também não aceitará o reajuste no contrato. “Aprendi a não aceitar a primeira ou segunda proposta que recebo dos fornecedores.”