quarta-feira, 8 de abril de 2009

>> depois da economia
Ninguém aparece no leilão de telefonia de Santa Catarina

O governo de Santa Catarina escreveu um edital para contratar telefonia fixa e celular para todos os órgãos públicos do estado — 45 mil ramais. O pregão foi marcado para 19 de março. Mas nenhum representante de operadora apareceu.
Esse seria o quinto e último pregão realizado pelo governo para contratar serviços de telecomunicações. O governo gastava por ano cerca de R$ 70 milhões com telefonia e Internet. O contrato de telefonia era de antes da privatização do Sistema Telebrás, e cada unidade do governo usava e pagava a telefonia a seu modo — sem controle. Então, em 2008, os técnicos da empresa de informática do estado (Ciasc) montaram uma estratégia para o governo economizar. Eles dividiram as telecomunicações em cinco categorias: rede central (backbone), provimento de Internet, capilaridade (conexão entre redes locais), nuvem (uma rede para as universidades e institutos de pesquisa) e telefonia. No decorrer do segundo semestre de 2008, eles realizaram três pregões.
No primeiro pregão, para contratar a rede central, apareceram representantes da GVT, da Brasil Telecom e da Embratel. No final, o governo conseguiu um desconto de 84,7% no preço do serviço. No outro pregão, de provimento Internet, o desconto foi de 60%. No outro, de capilaridade da rede (para ligar órgãos públicos, escolas, hospitais), o desconto foi de 72,5%. A economia dos outros pregões foi muito alta, acreditam os técnicos do Ciasc, por isso no pregão de telefonia ninguém apareceu.
Eles estimam que o governo de Santa Catarina gasta de R$ 25 milhões a R$ 27 milhões por ano apenas com telefonia. Com o pregão, eles esperavam contratar o serviço por, no máximo, R$ 9 milhões — uma economia de quase 65%.
O pregão número 38/2008 foi julgado deserto e está suspenso. Enquanto isso, os técnicos do Ciasc conversam com as operadoras para entender o que aconteceu. Conforme for, eles podem reescrever o edital ou apenas remarcar o pregão.
Eles já se reuniram com os representantes da GVT. O pessoal da GVT diz que não conseguiu um parceiro de equipamentos para participar do pregão (o edital prevê a instalação de telefonia IP em todos os 4 mil órgãos públicos do estado). Os técnicos também já imaginam a desculpa do pessoal da Brasil Telecom: a operadora foi comprada pela Oi, e nem tudo está funcionando.