quarta-feira, 17 de junho de 2009

>> pesquisa – I
A maioria dos internautas em portais do governo é do próprio governo...


Maria Alexandra Viegas Cortez da Cunha, professora de gestão de tecnologia da PUC do Paraná, queria descobrir o perfil de quem navega nos portais do governo. Junto com dois alunos de doutorado, ela criou um questionário e o divulgou em 70 portais do governo (federais, estaduais e uns poucos municipais). No final de dois meses, conseguiu 160 mil acessos, e 4.402 formulários válidos.
Grande parte das respostas veio de gente da Bahia, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Tocantins e Mato Grosso do Sul. Alexandra descobriu que sempre tem alguém navegando nos portais do governo, não importa a hora nem o dia. Ela recebeu algumas respostas da pesquisa às 4 horas da manhã, até mesmo de domingo.
Quem navega em portais do governo, diz Alexandra, em geral é da classe A ou B; mas internautas da classe C começam a usar os serviços também. “Em 1999 fiz outra pesquisa sobre o uso dos portais do governo, e a classe C não aparecia.” Desta vez, Alexandra descobriu que 66,9% das pessoas que navegam nos portais do governo são funcionários do próprio governo; 28,7% trabalham no setor privado e 4,36%, no terceiro setor.
No entanto, quando os formulários foram postados no portal da Previdência Social, Alexandra notou uma mudança no perfil dos usuários. “São pessoas mais pobres, mais velhas e menos instruídas.”

>> pesquisa – II

... e está disposta a usar o celular para acessar os serviços de e-gov.


Dos que participaram da pesquisa, 59% têm conexão de banda larga em casa; 18,2% ainda têm conexão discada; e 20,43%, não têm conexão. A maioria acessa a Internet do trabalho (59,4%) e de casa (57,5%). Só 1,9% das pessoas acessou a Internet de telecentros gratuitos.
92,1% entraram na Internet nos últimos 12 meses para usar algum serviço do governo. Eles consideram a Internet um canal prático, ágil e conveniente. “As pessoas também estão predispostas a usar o celular para acessar os serviços eletrônicos do governo.” No entanto, apesar da predisposição, apenas 12,08% usam o celular para obter os serviços públicos. “O número de serviços de governo disponíveis para o celular ainda é pequeno.”
Apesar de 56,1% dos entrevistados ter um celular com acesso à Internet, a maioria ainda usa o aparelho para fazer ligações (85,7%) e mandar mensagens de texto (61%) — e apenas 11,9% acessam mesmo a Internet com o celular.
A professora publicou os dados na pesquisa no portal http://projetoredes.net/.