quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

>> crise econômica - I
O Banestes ajusta os planos da TI...

Em setembro de 2008, Usiel Carneiro de Souza, diretor de tecnologia do Banco do Estado do Espírito Santo (Banestes), se reuniu com o presidente e mais seis diretores para discutir a estratégia do banco durante a crise econômica. O presidente pediu aos diretores que mantivessem só os projetos que ajudassem o Banestes a manter ou a aumentar os negócios. “Eu precisei repensar todo o planejamento da TI”, diz Usiel, “para o banco fazer mais negócios.”Até começar a crise, Usiel não tinha conseguido levantar os indicadores sobre os custos e o retorno de investimento (ROI) dos projetos, embora liderasse a TI há mais de um ano; ele precisava desses números para comparar como cada projeto beneficiava o banco, ou reduzia custos. Mesmo sem os indicadores, Usiel revisou os planos depois da reunião: em 2009, ele pretendia comprar mais servidores, comprar mais enlaces de rede e aumentar a velocidade dos que já tinha, instalar gravadores no call center, implementar um sistema de backup corporativo e montar um laboratório para testar a virtualização de servidores. Decidiu comprar só os enlaces de rede e os servidores para as novas agências do banco, adaptar o call center à legislação e implementar projetos de novos produtos, como o cartão de crédito do Banestes, o Banescard. “Conseguiremos sobreviver mais um tempo”, diz Usiel, “sem os outros investimentos.”

>> crise econômica - II
... e investe em curso para aproximar os técnicos da TI das áreas de negócio.

Usiel apresentou o novo plano para os diretores das áreas de negócio; ninguém reclamou. “É muito difícil avaliar o que a TI faz”, diz Usiel, “só pelo retorno dos meus funcionários e dos gerentes do banco.” Para Usiel, os técnicos deveriam aprender quais problemas as áreas de negócio enfrentam. Em dezembro de 2008, promoveu um seminário para todos os técnicos e para alguns diretores das áreas de negócios. Os diretores explicaram aos técnicos como cada área trabalhava e todos jantaram juntos. “O clima na equipe de TI melhorou.”No entanto, um dia por ano é pouco. No início de janeiro, Usiel procurou Luiza Lopes, professora do Instituto de Desenvolvimento Pessoal (Indesp), e lhe contou que a equipe de TI não se relacionava bem com os usuários. Luiza propôs um curso em que discutiria comunicação, relacionamento, autoestima e trabalho em equipe.Para o projeto piloto do curso, Usiel convidou 22 pessoas da TI, além de outros oito gerentes das áreas de negócio. Ele próprio participou. Cada participante chegava à sede do Indesp uma hora antes do início do expediente e usava mais quatro horas do expediente para fazer o curso.Usiel participou da última aula do curso na sexta-feira, 20. Durante as aulas, Luiza ensinou técnicas para resolver conflitos entre as equipes. Desde que o curso começou, tanto os gerentes e coordenadores da TI como das áreas de negócio passaram a investigar o problema antes de acusar uns aos outros. “O curso está renovando nossa disposição em ouvir.” Usiel planeja treinar outros 30 técnicos da TI em março. Ele pagou R$ 1.250,00 ao Indesp pelo projeto piloto e vai licitar as próximas turmas.Em maio, técnicos da TI e funcionários da área de planejamento passam a contabilizar os custos da TI. Além disso, eles criarão indicadores para avaliar em quanto tempo o Banestes recupera o dinheiro que investe nos projetos de TI. “Como as duas equipes estarão mais próximas”, diz Usiel, “o projeto trará melhores resultados.”