quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

>> impressão - I
A Compesa contrata serviços de impressão...

A Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) pagava R$ 180 mil por mês para uma empresa especializada imprimir contas de água, avisos de débito e avisos de corte — 1,5 milhão de documentos por mês. Romildo Porto, superintendente de tecnologia e telecomunicações da Compesa, não tinha nenhum controle sobre os outros documentos, os impressos dentro da empresa. Um funcionário queria uma impressora, o gerente autorizava: Romildo tinha de comprar e instalar a impressora na mesa do funcionário. Quando uma impressora de jato de tinta quebra, sai mais barato comprar outra do que consertar. Mas para comprar outra, a empresa tinha de fazer licitação e comprar do fornecedor que tivesse o menor preço. Não havia padrão: Romildo lidava com 39 tipos diferentes de cartuchos de tinta para 300 impressoras espalhadas pelos três prédios principais da Compesa, em Recife. A Compesa tem mais de 100 prédios no interior do estado, mas são escritórios pequenos, alguns com duas pessoas. O gasto maior era mesmo nos três prédios de Recife.

>> impressão - II
... se livra de 300 impressoras com 39 tipos de cartuchos...

Até três anos atrás, ele não tinha como resolver esse problema, porque os sistemas da Compesa eram baseados em mainframe. Nem toda impressora funciona com mainframe. Além disso, a impressora precisa ser ligada a uma controladora especial. “Nem fabricam mais essa controladora”, diz Romildo. Em 2006, a empresa montou uma rede IP para interligar os três prédios com 7 quilômetros de cabos de fibras óticas. Romildo trocou 27 centrais telefônicas tradicionais por três centrais IP. Ele também instalou switches, firewalls, sistemas de armazenamento, servidores. Foi um projeto de R$ 10,9 milhões, para pagar em quatro anos. Com a rede, a empresa deixou de pagar R$ 120 mil de royalties por mês à IBM. Também reduziu as contas de telefone em 40%, o que dava uns R$ 100 mil de economia por mês. “Só essa economia já pagava a parcela mensal do projeto”, diz Romildo. Mas ele achava que dava para economizar mais: se conseguisse eliminar as impressoras de jato de tinta espalhadas pelos três prédios principais, ele estimava a economia em R$ 1 milhão.

>> impressão - III
... e economiza R$ 1 milhão.

A empresa que imprimia as contas cobrava R$ 180 mil por mês — R$ 2,1 milhões por ano. Romildo não sabe quanto a empresa gastava com cartuchos de tinta: cada departamento comprava seus próprios cartuchos, e não havia controle. Um diretor dizia que a Compesa gastava um carro por mês com cartucho. Romildo estimou o gasto em R$ 300 mil por ano. “E nem sei quanto se gastava de papel.” No ano passado, ele escreveu um edital de licitação para fazer um contrato novo para a impressão das contas, e incluir nesse contrato a impressão departamental da Compesa. A licitação saiu em janeiro deste ano. A Datavoice, representante da Xerox em Recife, ganhou a licitação. Romildo substituiu as 300 impressoras isoladas por 94 impressoras laser ligadas à rede. Agora ele pode controlar quanto cada departamento imprime, e não precisa se preocupar em comprar papel e toner, nem em consertar impressora. Ele paga R$ 0,03 por conta de água impressa, e R$ 0,06 por folha impressa dentro da empresa. O total deve chegar a 2 milhões de documentos por mês. Em dois anos, vai custar R$ 2,5 milhões.Romildo ainda está instalando as impressoras. Alguns funcionários que têm impressora na mesa não gostam da ideia — Romildo precisa argumentar, convencer. Assim que terminar, ele vai distribuir as 300 impressoras para os prédios da Compesa no interior de Pernambuco.