terça-feira, 27 de janeiro de 2009

>> projeto difícil - I
O Ministério Público Federal quer saber quanto de lucro dá ao país...

O Ministério Público Federal não consegue mostrar para a sociedade o resultado do seu trabalho. Não sabe dizer quantas pessoas condenou por trabalho escravo, ou quanto dinheiro resgatou para os cofres públicos depois de desmascarar o mensalão, ou a fraude no INSS. Nem os próprios funcionários do MPF sabem como o MPF funciona: um carimba um papel, outro não; um guarda o ofício no servidor, outro guarda no armário. Desde que Paulo Knupp, secretário de TI, entrou no MPF, em 1994, ele tenta criar um sistema único de informática, com o qual o MPF mostraria o resultado do trabalho.O Ministério Público Federal tem autonomia: cada procuradoria tinha sistemas e banco de dados isolados. Cada procurador-chefe, de cada unidade, ordenava a construção de um sistema próprio. “Não existia um sistema central. Isso gerava muitos problemas, porque não tínhamos informações consolidadas.” Paulo tentou criar um sistema único quando entrou no MPF, mas sempre esbarrou na autonomia, nos procuradores querendo fazer do seu jeito.Em 2003, Paulo ganhou um aliado: Cláudio Fonteles assumiu como procurador-geral da República e quis ter as informações consolidadas, na ponta dos dedos. Paulo contou para Cláudio por que as informações consolidadas não existiam. O procurador-geral então baixou uma portaria pedindo a construção do sistema único.